Desde já começo pedindo desculpas ao leitor de No Escuro pela ausência de meses. Meu último ensaio, O mundo é um lugar estranho 9.4: O sonho de um manequim, foi publicado em meados de outubro, e desde então, silêncio. Eu sei. Lamento. Mas posso explicar.
Em primeiro lugar, precisava tirar um tempo, e fiz isso viajando para fora do país. Passei um tempo em Barcelona, reencontrei o querido amigo Marcello Quintanilha e planejamos mais coisas para o futuro; depois, um giro na Itália, revisitando a família da minha esposa.
Mas nem voltei ao Brasil e já viajei novamente. Meu curta-metragem, Batalha de Flores, depois de passar na Mostra Internacional de Curtas de São Paulo, foi selecionado para festivais no Nordeste e em Los Angeles, nos Estados Unidos. No meio de todas essas viagens, a vida profissional continuou (e continua - vou trabalhar no recesso entre o Natal e o Ano Novo). Assim, esse texto é uma pequena atualização sobre o que vi, li e pretendo ver e ler.
Eu deveria dizer que Rebel Ridge (2024), de Jeremy Saulnier, foi uma grande surpresa - mas isso não é verdade. Trata-se da segunda produção de Saulnier na Netflix, depois do excelente Noite de Lobos (Hold the Dark, 2018). Acompanho a carreira do diretor/roteirista/produtor/editor desde seu primeiro longa, Murder Party, de 2007, passando pelos brilhantes Ruína Azul (Blue Ruin, 2013) e Green Room (idem, 2015). Saulnier sempre trabalhou no métier do thriller policial/horror, e seus filmes mergulham nas profundezas da alma humana, explorando temas perturbadoras, senão a própria natureza animal do homem - algo destacado no já citado Noite de Lobos. Dito isso, seus filmes sempre são cuidadosamente compostos e editados, e é comum que tenham um ritmo deliberado e um distanciamento frio. Sua linguagem é econômica, me lembrando inclusive o David Cronenberg de filmes como A Zona Morta (The Dead Zone, 1983), Gêmeos - Mórbida Semelhança (Dead Ringers, 1988) e Crash (idem, 1996). Assim como o canadense, Saulnier se utiliza do cinema de gênero para explorar a alma de seus personagens, a disfunção social de seu meio e o horror que está sempre à espreita, e que pode explodir a qualquer momento. Tudo isso está presente em Rebel Ridge, mas Saulnier vai na contra-mão de seus próprios filmes ao evitar de todas as maneiras a violência extrema e o banho de sangue, e mesmo o niilismo que parece afetar muito da visão de mundo de seus protagonistas passados. A trama continua bem construída, com a precisão de um relógio suíço, e seus personagens e casting continuam absolutamente perfeitos, mas é interessante ver Saulnier plenamente consciente de seus temas e estilo, a ponto de confrontá-los diretamente. E, se você não viu os filmes anteriores de Saulnier, não tem problema: Rebel Ridge pára em pé e é sem dúvida um dos melhores filmes do ano.
Me diverti bastante com A Substância (The Substance, 2024), de Coralie Fargeat. Já havia gostado bastante de seu filme anterior, Revenge (2017), em que ela atualiza o polêmico subgênero rape and revenge. O que me chamou a atenção em seu primeiro filme é que a diretora pegou um subgênero do horror exploitation dos anos 70 e deu um twist feminista à história mas sem se render às platitudes discursivas. O filme de Fargeat continua sendo exploitation. Em outras palavras: a diretora entende que tipo de público seu filme deve atingir. Sexo, nudez, violência extrema e personagens cartunescos, exagerados estão presentes em ambos os filmes, e a melhor maneira de compreender A Substância, ao meu ver, é como um gibi de Contos da Cripta - uma cautionary tale repleta de gratuidades visuais e floreios estéticos dementes.
O body horror não é simplesmente uma forma chique de classificar um filme gore ou cheio de nojeira. Sem dúvida ele busca gerar reações extremas e físicas no espectador, mas também contraditórias. O corpo humano é fonte de estímulos sensuais e também de asco e nojo. Isso é algo que David Cronenberg explora repetidamente em diversos de seus filmes, desde Calafrios (Shivers, 1975), passando por Enraivecida na Fúria do Sexo (Rabid, 1977), A Mosca (The Fly, 1986), o já citado Crash e o recente Crimes do Futuro (Crimes of the Future, 2022) - ou seja, a superposição do sexo e da nudez com a degradação dos corpos, seja pelas substâncias que expele, seja pela doença, velhice e toda sorte de intervenção cirúrgica. O jeito direto e literal com que Fargeat filma esse horror corporal e biológico reforça não só o aspecto exploitation, mas também não se leva muito a sério. Há um senso de diversão anárquico - bem ao gosto da tradição da EC Comics - que não é tanto cronenbergiano, mas sim remete a outro diretor - no caso, o Brian Yuzna de A Sociedade dos Amigos do Diabo (Society, 1989), que usa body horror e gore extremo para satirizar a classe média suburbana dos Estados Unidos com uma linguagem exagerada e colorida.
Muito se falou do fato de que A Substância aborda a rivalidade feminina - o que é verdade, claro -, mas vi poucos comentários acerca do aspecto voyeurístico do filme. E colocar a platéia no filme é algo que Fargeat faz ao final do longa, quando o monstro mutante banha a platéia em uma chuveirada absurda de sangue e vísceras. Pode parecer estranho isso, mas o fato é que a ascensão de redes sociais de vídeo como o Tik Tok fizeram explodir tendências estranhas, como é o caso do mukbang, que surgiu na Coréia do Sul e logo se espalhou para o resto do mundo. Para quem não sabe, mukbang é o ato de assistir pessoas comendo quantidades obscenas de comida, em detalhe e close-up, e com o som da mastigação e deglutição captado minimamente. O “gênero” nojento e asqueroso (?) fez pessoas como Kate Yup ficarem famosas e milionárias. Mas não só isso: a proliferação de reality shows e YouTubers e TikTokers que abordam temáticas corporais de maneira explícita, que estimulam o voyeurismo dos espectadores, explodiu: desde anódinos vídeos de maquiagem e tratamento de cabelo, passando por intervenções cirúrgicas, tratamento de espinhas e pele, para citarmos algumas, parecem estar no foco do filme de Fargeat. A substância, afinal, é o próprio corpo humano, em todas as suas dimensões.
Mas outra coisa interessante do filme de Fargeat é de certa forma comprovar uma tendência recente de Hollywood: os projetos mainstream de grandes estúdios e plataformas tem tropeçado em seus grandes orçamentos, marketing cansativo, franquias desgastadas e falta de criatividade. A Substância é a primeira produção original do streaming Mubi, voltado para o tal do “cinema de arte”, em geral independente e fora do eixo dos Estados Unidos. O sucesso da produção (que custou módicos 18 milhões de dólares) vem na esteira de sucessos como Guerra Civil (Civil War, de Alex Garland, 50 milhões de dólares) e The Brutalist (de Brady Corbet, de 10 milhões de dólares) - todos do estúdio indie e butique A24. Mas também tivemos o sucesso inesperado de Anora (idem, de Sean Baker, 6 milhões de dólares), que não só colheu prêmios importantes em festivais como o de Cannes, como também foi um sucesso de bilheteria, se consolidando na corrida do Oscar. O filme de Baker foi distribuído pela também butique NEON, concorrente da A24, que também teve grandes acertos este ano com Longlegs: Vínculo Mortal (Longlegs, de Osgood Perkins, que custou menos de 10 milhões de dólares) e com A Semente do Fruto Sagrado (The Seed of the Sacred Fig, de Mohammed Rasoulof), que muito provavelmente vai ganhar o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, depois de perder a Palma de Ouro para… Anora.
Assim, enquanto vemos os estúdios claudicando com suas franquias esgotadas e modelos de streaming extremamente deficitários, essas butiques vem gradualmente ganhando espaço com o público. Seja com filmes de baixo e baixíssimo orçamento, seja ressuscitando o cadáver do saudoso filme mid-budget, e colhendo lucros que, ainda que não sejam cifras bilionárias, são não obstante excelentes para o tipo de filme. E essas butiques vem fazendo isso de uma maneira nem um pouco inovadora: com pôsteres intrigantes, trailers que nos deixam salivando, um percurso inteligente em festivais internacionais, conferências de imprensa que fogem do blá blá domesticado de media training. Tudo isso - além da qualidade indiscutível destes filmes - gera o melhor marketing de todos, isto é, o burburinho do boca-a-boca. Lembram-se dele?
Como falei, não há nada de novo nessa fórmula, mas é como Hollywood sempre trabalhou, desde sua fundação. O dinheiro fácil do reconhecimento de marca parece estar chegando ao fim, e pode ser que a Era das Franquias, mais do que uma transformação permanente de Hollywood, tenha sido apenas um suspiro, afinal. Assim esperamos.
Ultimamente tenho assistido uma penca de gialli - isto é, um tipo particular de cinema de horror italiano produzido no final dos anos 60, chegando ao seu auge na década de 70 e morrendo subitamente no início dos 80. Falo aqui dos filmes de Mario e Lamberto Bava, Dario Argento e Lucio Fulci, para citar alguns. Mas, em Los Angeles, adquiri uma coleção com os gialli de Sergio Martino, todos lançados em edições em Blu-Ray primorosas pela distribuidora Arrow Video: La coda dello scorpione (The Case of the Scorpion’s Tail, 1971); No Quarto Escuro de Satã (Il tuo vizio è una stanza chiusa e solo io ne ho la chiave/ Your Vice is a Locke Room and Only I Have the Key, 1972); Torso (I corpi presentano tracce di violenza carnale, 1973) e Morte sospetta di una minorenne (Suspicious Death of a Minor, 1975).




Ao contrário dos outros diretores associados ao gênero, Martino quase não possui nenhum estilo. Aquilo que geralmente associamos ao giallo, isto é, um estilo visual altamente rebuscado, um tom delirante e surreal, e trilhas sonoras em sintetizador, quase não aparecem em seus longas. No entanto, outros elementos recorrentes do gênero aparecem: a atmosfera sensual de sexo, nudez e voyeurismo, a violência extrema e o estilo whodunit de mistério. Estes filmes, no entanto, foram roteirizamos por Ernesto Gastaldi, o verdadeiro mestre do giallo, e suas tramas são construídas como um intricado quebra-cabeças. E, ao contrário dos outros diretores especializados em giallo, Martino se destaca na verdade pela sua destreza técnica, e sua direção dá conta e estilo aos complexos roteiros de Gastaldi.
Mas seus filmes também podem ser vistos como gialli “impuros”. Torso, por exemplo, faz a ponte entre o giallo italiano e o slasher americano (e, assim, antecipando o gênero); Suspicious Death of a Minor, por sua vez, faz a ponte entre o giallo e o Poliziotteschi, o cinema policial que ganhou o público italiano na segunda metade da década de 70, e gradualmente foi empurrando o giallo para o escanteio (assim como o giallo tomou o lugar dos faroestes spaghetti no final dos anos 60).
Falando em filmes tardios de mestres italianos, comprei Divina Obsessão (Il miele del diavolo/The Devil’s Honey, 1986), talvez o último grande filme de Lucio Fulci. Fulci fez de tudo na sua carreira: faroestes, filmes de guerra, épicos… mas ficou realmente famoso com seus filmes de horror, tanto góticos, como gialli e, principalmente, seus filmes de zumbi. Marcado pelo gore extremo, e sem medo de abordar questões controversas com personagens igualmente controversos, Divina Obsessão se destaca por ser o único thriller erótico que ele dirigiu, filão que começava a se tornar popular no mainstream ao longo da década de 80 e conquistaria as bilheterias americanas na década de 90, com os filmes de Paul Verhoeven e Paul Esterhasz. E, bem, após ver o filme de Fulci, posso afirmar duas coisas: sim, é de fato uma obra-prima tardia e que ele provavelmente faz Paul Verhoeven parecer um diretor carola e moralista.
A Arrow Video lançou dois boxes de filmes absolutamente essenciais: um contendo toda a obra do diretor japonês Shinya Tsukamoto, cujo filme mais famoso é sem sombra de dúvidas o body horror Tetsuo: O Homem de Ferro (Tetsuo, 1989). Mas Tsukamoto, mesmo com o sucesso e com fama, seguiu sua carreira no underground do cinema japonês, experimentando com diferentes gêneros, e trabalhando com uma variedade de orçamentos. Até o lançamento da Arrow, estes filmes permaneciam virtualmente desconhecidos no Ocidente, não obstante estudos críticos sobre sua obra tenham surgido aqui e ali em bibliografia especializada. O outro lançamento é Inside The Mind of Coffin Joe, que reúne toda a obra de horror do mestre brasileiro José Mojica Marins. Sim, Zé do Caixão é um fenômeno cult nos Estados Unidos (e, em menor medida, na Europa). A Arrow, como não poderia deixar de ser, fez um trabalho caprichadíssimo com a obra do mestre, não só remasterizando-a para a alta definição do Blu-Ray, mas com um acabamento exemplar, comissionando não só artes inéditas para cada um dos filmes, mas também com um livreto em capa dura com ensaios de estudiosos americanos comentando a obra do brasileiro (que faleceu no início de 2020, pouco antes da eclosão da pandemia da Covid, que acabou ofuscando a sua passagem). É uma pena que sua obra não tenha o devido reconhecimento em seu país de origem, mas pelo menos é salutar que gringos estejam mantendo sua filmografia viva e conservada lá fora.



E já que estamos falando de cinema, aproveitei a viagem para comprar alguns livros de cinema e preencher algumas das muitas lacunas de minha biblioteca. Uma das melhores coleções sobre cinema é a Interviews with Directors, da University of Minnesota Press. Ela já possui mais de uma década de existência, e mais de cinquenta títulos no catálogo Eu tenho aqui alguns antigos, como volumes dedicados a Stanley Kubrick, Jean-Luc Godard, Martin Scorsese, David Fincher e Michelangelo Antonioni, mas diversos de seus títulos mais antigos estão fora de catálogo. Eis que tive a grata surpresa de encontrar o volume dedicado a Fritz Lang em um sebo de North Hollywood, bem ao sopé da montanha que abriga o Observatório Griffith. Quem acompanha meus textos sabe que sou um langiano contumaz, e esse é um dos livros sobre o mestre austríaco que faltavam aqui em casa.
No assunto de Antonioni, eu sempre tive uma apreciação pelo mestre italiano. É verdade que na faculdade eu peguei um pouco de birra dele - mas de maneira injusta. Explico. Nesse período, eu assistia muitos filmes de estudantes, não só da minha faculdade mas também em festivais de cinema. E o estilo de Antonioni era uma constante. E não é difícil entender o por quê. Seu estilo - principalmente aquele desenvolvido na Trilogia da Incomunicabilidade quanto em seus filmes posteriores - é facilmente imitável. Imagens em preto-e-branco ou sem grandes recursos (caros) de cinema; filmagens em locações. Personagens lacônicos (não precisa quebrar a cabeça escrevendo diálogos) e atuações neutras, distantes, com personagens olhando para o vazio. É fácil afetar uma pose de profundidade e de arte - e que é referendada por professores e festivais. Essa proliferação de “antonionismos” é basicamente uma praga no cinema estudantil e mesmo no profissional, independente. Fato é, criei birra com o pobre Antonioni e fiquei anos sem rever seus filmes.
Bem, passa-se alguns anos e, durante a pandemia, resolvi revistá-los. Não todos, claros, mas sim aqueles que tinham me marcado no passado. E essa revisita foi como vê-los pela primeira vez. Imediatamente mergulhei de cabeça em sua obra, mas queria mais. E, agora, finalmente consegui comprar alguns livros dedicados à sua obra. O primeiro The Architecture of Vision: writings and interviews on cinema, de autoria do próprio Antonioni. Em suas 400 páginas temos um apanhando de diversas entrevistas com o mestre, mas também uma porção de seus ensaios: sobre os seus próprios filmes, sua carreira, o cinema e a cultura. Boa parte destes textos - a maioria deles - é inédita no Brasil, salvo algumas referências aqui e ali em monografias e coisas do tipo. O outro é um estudo, Antonioni, or the Surface of the World, de Seymour Chatman. Chatman postula que o estilo opaco, fortemente imagético, minimalista e esparso é uma gramática própria, única, grávida de significados. Seja como for, trata-se de um estudo clássico da obra de Antonioni.
Também adquiri alguns volumes dedicados a história do cinema. O catatau de 750 páginas A History of Italian Cinema, de Peter Bondanella e Federico Pacchioni; The Japanese Film: Art and Industry, clássico de Joseph L. Anderson e Donald Richie (com prefácio de Akira Kurosawa) e What Is Japanese Cinema? A History, de Yomota Inuhiko. Inuhiko é um critico um tanto polêmico e idiossincrático, mas o que me chamou a atenção em seu livro é que ele não é “meramente” uma historiografia do cinema de um determinado país, mas sim uma interpretação histórica sobre o cinema de um determinado país. Ainda nessa toada, peguei dois livros clássicos dedicados a historicizarem a Nouvelle Vague francesa: o basilar The New Wave: Truffaut, Godard, Chabrol, Rohmer, Rivette, de James Monaco, na sua edição de aniversário de 30 anos e A History of the French New Wave, de Richard Neupert, que foi relançado numa versão expandida.




Por fim, alguns volumes de estudos dedicados ao cinema de Tobe Hooper e Shohei Imamura. Já comentei brevemente sobre Imamura em outra ocasião, mas sempre fico um tanto surpreso com o fato de que sua obra é tão pouco comentada (no Brasil ele me parece ser em larga medida desconhecido). Bem, alguns dos melhores filmes da história do cinema japonês são de sua autoria. Imamura, mais do que qualquer outro cineasta - mais até que Oshima - se dedicou a explorar todas as facetas da sociedade japonesa que emergiu do pós-Guerra. Seja tratando do capitalismo emergente, da ocupação americana, das consequências da bomba atômica e dos excluídos dos milagres econômicos - isso sem contar o impacto da revolução sexual -, Imamura é verdadeiramente o poeta do tabu. Essa parece ser a linha mestre adotada por Lindsay Coleman e David Desser, organizadores do livro Killers, Clients and Kindred Spirits: The Taboo Cinema of Shohei Imamura. Já Tobe Hooper talvez seja um dos diretores americanos mais importantes dos Estados Unidos, e possui um ponto em comum com Imamura: a vontade explorar as psicopatologias que se ocultam na psique humana, a barbárie na civilização, a besta fera na alma do ser humano. Cinemaphagy: Cinema of Flesh Eaten, Corrupted and Entombed: On the films and form of Tobe Hooper, de Scout Tafoya. Parece ser um filme bastante compreensivo, cobrindo não só os principais longas de Hooper, mas também seus primeiros curtas- comerciais de TV e filmes industriais que dirigiu para bancos locais e empresários do Texas, além de episódios de televisão que dirigiu. Para quem não sabe, o diretor de O Massacre da Serra Elétrica (The Texas Chainsaw Massacre, 1973) conduziu episódios de seriados como Amazing Stories, The Equalizer e Freddie’s Nightmares, além de videoclipes, como é o caso do hit Dancing Wih Myself, de Billy Idol. A impressão que tenho é que Hooper ficou na sombra não só de cineastas como Wes Craven, John Carpenter e Larry Cohen, mas na sombra de seu primeiro longa, até hoje o maior marco do cinema de horror já feito. Eu discordo disso, e por isso minha curiosidade com o livro de Tafoya.


Isso nem é tudo o que vi e o que li, claro, tem muito mais coisas. Nem comentei sobre os livros de ficção (ou, melhor, Theory-Fiction) que adquiri, além de outros filmes. Espero poder comentar mais detalhadamente sobre tudo isso em colunas futuras - mas, como os leitores de longa data de No Escuro sabem, o planejamento é um tanto caótico. No mais, retomarei a série O mundo é um lugar estranho. Ainda tenho bastante histórias para contar, algumas tão recentes que ainda estão em desenvolvimento, e analisar outras peças de weird fiction que podem servir de complemento.
No mais, obrigado a todos que acompanharam a coluna ao longo de 2024. Obrigado!